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Iniciado o mês de dezembro, sempre é
tempo de fazer um balanço do que ocorreu no ano que está para se encerrar, além
da preparar a casa para reunir a família e celebrar o natal. Nesse momento,
surge uma interessante indagação: você acredita em papai noel? E os seus
filhos, estão sendo orientados a escrever a cartinha para o papai noel?
Nasci numa época e dentro de uma família
que sempre cultivou a montagem da árvore para colocação dos presentes, a ideia
de escrever uma cartinha para o papai noel, o sorteio do amigo secreto, a
escolha de uma roupa especial para a noite de natal e a tradicional preparação
do peru para a ceia natalina.
Ainda criança, lembro bem de tentar me
comportar um pouco melhor no mês de dezembro, na esperança de que o papai noel,
durante a noite do Natal, colocasse debaixo da minha cama o presente que havia cuidadosamente
escolhido.
Atualmente, embora alguns itens, como
a troca de presentes e a compra da roupa nova tenha mudado um pouco,
especialmente em decorrência da situação financeira do país, o cultivo da tradição,
de enviar cartinhas para o papai noel, ainda se faz bastante vivo.
Tem sido comum os correios divulgarem
os números, pessoas comparecerem às agências para, voluntariamente, retirar uma
cartinha e tentar contribuir para a realização do sonho de uma criança, os
shoppings contratarem pessoas para se vestirem de papai noel, enfim, hábitos
considerados bastante salutares.
No entanto, o cultivo da magia de que
o papai noel realmente existe tem ficado de lado por alguns. Como pai de dois
filhos, um menino com 7 (sete) anos e uma menina com 3 (três), juntamente com
minha esposa, decidimos transmitir para os nossos filhos os ensinamentos
recebidos dos nossos pais e avós, os quais sempre deixaram evidente que o papai
noel existia. Lembro até de um tio, que infelizmente não está mais no meio de
nós e que costumava se vestir de papai noel, apenas com o objetivo de fazer a
alegria da garotada e, por consequência, a minha.
Alguns dias antes do natal, inclusive,
cheguei a ser indagado pelo meu filho mais velho, que possui apenas 7 (sete) anos,
se realmente era verdade que o Papai Noel existia. Segundo ele, um coleguinha
mais velho havia assim afirmado.
Em um mundo em que estamos sendo
ensinados e ensinamos aos nossos filhos todos os dias que não é correto mentir,
confesso que fiquei em um verdadeiro dilema. Porém, de modo rápido, até porque,
as crianças de hoje exigem respostas rápidas, decidi manter para o meu filho os
ensinamentos recebidos dos meus pais, tendo reafirmado que o papai noel
realmente existia.
Lembro até de haver debatido com minha
esposa se a posição que tinha adotado durante a conversa com o nosso filho estaria
correta. Porém, chegamos à conclusão de que SONHOS merecem ser sempre
cultivados e que essa “mentira” sadia fazia parte do mundo lúdico das crianças.
Duvido muito de uma pessoa que não
possui sonhos, afinal, considero os sonhos os verdadeiros propulsores da vida. Image
que você em 2015 não teve nenhum sonho e agora, iniciado o mês de dezembro,
fosse fazer o balanço do ano que está encerrando. Qual seria o resultado?
Para mim, sonhar é traçar objetivos,
eleger metas e, o principal, focar as atitudes em busca de atingi-los. Quem não
possui metas, dificilmente poderá saber se conseguiu realizar algo. Até porque,
tudo o que acontecer não passará de uma coincidência ou até mesmo de coisas do
destino.
Acompanhar os meus filhos acordando
cedinho no dia do Natal e observá-los olhando debaixo da cama para verificar se
o papai noel havia atendido ao pedido feito na cartinha remetida, foi algo
muito emocionante. Tivemos a certeza de que, embora alguns critiquem o apelo
comercial que a data impõe, o encanto e magia do papai noel é algo que merece ser
mantido.
Para aqueles que entendem que a
realidade não deverá ser escondida das crianças, afirmo que concordo em número,
gênero e grau, no entanto, com toda a certeza, não podemos perder uma das
melhores oportunidades do ano de permitir que os nossos filhos SONHEM.
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