Rua Jaguarari, Candelária, Natal/RN. |
Durante as últimas semanas, ao me debruçar sobre o tema planejamento estratégico, o qual com toda a certeza será objeto de um estudo mais aprofundado nos próximos meses, deparei-me com a conceituação de valores organizacionais que, em uma linguagem simples, poderão ser entendidos como princípios de conduta desenvolvidos por uma empresa, os quais guiam as atitudes dos seus integrantes, servindo de base até mesmo para a criação de regras. Ou seja, o valor é algo que serve de base para se traçar as demais condutas. Exemplificando os valores de uma empresa, pode-se apontar o compromisso com o cliente, o comprometimento, a ousadia, a criatividade, dentro outros. Transportando para o campo pessoal, pode-se exemplificar valores como a honestidade, o respeito, a humildade, a responsabilidade, dentre outros.
Baseado em tais conceitos, surgem dois questionamentos: Respeitar as Leis de Trânsito poderá ser entendido como um valor? E para que servem as rotatórias?
Como já dito anteriormente, apesar da pouca idade, cultivar o hábito de acordar cedo, mesmo que parte da madrugada tenha sido minha companheira, já faz parte da rotina. Hoje, como de costume, acordei bem cedo e sair para uma rápida passagem no banco, na casa dos meus pais, na lavandeira e, em seguida, retornar para casa. Afinal, o final de semana é uma excelente oportunidade de tomar café com a família, fazendo assim um balanço da semana, cuja correria nos limita até mesmo de conversar de modo tranquilo com aqueles que amamos.
No entanto, quando já estava próprio à minha residência, fui surpreendido com uma situação que, infelizmente, tem acontecido diariamente no trânsito de Natal, a partir da instalação das diversas rotatórias, as quais, em todo lugar do mundo, servem para facilitar e proporcionar uma maior segurança e agilidade no deslocamento, desde que sejam corretamente utilizadas.
Dirijo há certo tempo e, realmente, nunca vi campanhas ou até mesmo profissionais do trânsito explicando para que servem ou como deverão ser utilizadas as rotatórias. Apesar da ausência de orientações, sempre tive em mente que a utilização de uma rotatória evita o tempo da parada em um sinal de trânsito. Além disso, que a preferência de passagem deverá ser concedida àquele que se encontra circulando na rotatória.
Ocorre que, na nossa cidade, tem sido muito comum e, o que é pior, normal, o desrespeito às leis de trânsito. Daí outro questionamento: será que não temos dentre os nossos valores RESPEITO À LEI?
Nos deslocamentos que faço durante a semana, sempre tenho percebido que os condutores de motocicletas, lógico que não são todos nem os únicos, tendem a respeitar menos as regras de trânsito. Não é comum o uso de capacete, não tem sido frequente o respeito à sinalização, andar por cima da calçada tornou-se normal, forçar a passagem no meio de dois veículos é essencial e chegar primeiro e transitar na contramão para não esperar a vez na filha é regra.
Agora pela manhã, ao tentar circular uma rotatória no final da Rua Jaguarari, em Candelária, fui surpreendido com uma forte buzina de uma moto, um dedo em minha direção e, embora não tenha ouvido o restante, a frase do condutor iniciava com minha mãe, em que pese ele sequer conhecê-la. Detalhe, eu estava circulando a rotatória, em baixa velocidade e respeitando a sinalização, quando o mesmo certamente por haver comprado a rua, sentiu-se incomodado ao perceber que eu havia “desrespeitado” a sua preferência. Afinal, certamente há anos ele passava por ali e nunca teve a “sua preferência” questionada e eu, um autêntico filho “daquilo”, não teria o direito de assim proceder.
É muito difícil entender o que pensava o referido motociclista, mais fácil de saber que, embora estive respeitando a lei de trânsito, corri um sério risco de sofrer um acidente ou até mesmo de uma agressão por parte do suposto dono da Rua Jaguarari, que comprou a preferência e não comunicou ao restante dos natalenses.
Ao fazer uma curta leitura do Código de Trânsito Brasileiro, percebo em seu art. 29, inciso III, alínea “a”, que “quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local não sinalizado, terá a preferência de passagem: no caso de rotatória, aquele que estiver circulando nela.” Ou seja, embora estivesse certo, acobertado pela lei, possuísse entre os meus valores o respeito às leis de trânsito, fui obrigado a receber um xingamento e nada fazer a não ser sentir medo de que algo mais grave viesse a acontecer.
Exatamente por isso, acredito que precisamos difundir na nossa sociedade que leis existem para serem cumpridas – VALOR – e que, a instalação de uma rotatória serve para facilitar o trânsito, desde que seja utilizada de modo correto – REGRA LEGAL.
Comentários
Postar um comentário