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Haverá ou não IMPEACHMENT?

Poderia dar sequência ao artigo da semana debatendo as razões e até mesmo os requisitos para a efetivação do impeachment, no entanto, opto por um caminho diferente, que tem relação com a evolução do nosso país, algo que considero ainda mais importante.
Resguardada minha opinião pessoal, o que tenho percebido é um certo acirramento do debate. As pessoas que são “a favor” do impeachment tendem a não aceitar aquelas que possuem opinião “contra” e, o grande detalhe, a recíproca é totalmente verdadeira. Amizades estão sendo desfeitas em razão da desarrazoada intransigência de muitos; as redes sociais estão engarrafadas de tantas propagandas a favor e contra o impeachment; quem sai de casa de vermelho nem sempre está sendo considerado torcedor do América ou Flamengo; e, o que é ainda mais grave, algumas pessoas estão ensaiando reagir, na possibilidade de um resultado diverso daquele para o qual firmou posicionamento.
O que é mais importante no presente momento histórico é que, mais uma vez, em um intervalo de 24 (vinte e quatro) anos, voltamos a debater política no nosso país. Passamos a querer exigir que aqueles que são eleitos como nossos representantes sirvam de exemplo para os nossos filhos e netos. Que a ideia de que todo político é ladrão seja abolida do nosso vocabulário. Dizer que não gosta de político é absurdo. É tempo de mudanças...
Nossas instituições estão dando exemplo disso. Condenações antes impensadas, delações que sequer eram imaginadas, partidos políticos e figuras políticas em apuros e temendo a justiça. Tudo isso, apesar da tristeza de alguns, precisa ser comemorado.
Não se aceita mais alguém decidir “empreender” na política com o único e exclusivo objetivo de se tornar rico e ajudar a si próprio, embora está ali na condição de representantes do povo. Na condição de “povo” não podemos mais ser culpados pelas nossas erradas escolhas. Temos que criar meios de melhor defender os nossos interesses.
Mudar a política e, na sequência, os nossos políticos talvez seja um primeiro passo. No entanto, sem mudar o nosso conceito de político representante do povo isso é praticamente impossível.
Nesse caminho e voltando ao momento de acirramento dos ânimos, aceitar as opiniões divergentes das nossas é algo básico. Usar a força para impor a nossa opinião é inaceitável.
Portanto, se haverá ou não impeachment eu não sei, embora tenha palpite a respeito do tema. No entanto, não podemos perder essa grande oportunidade de evoluirmos no conceito de respeitar a opinião dos outros, principalmente quando diferente das nossas.
Além disso, algo que acredito ser o mais importante: pensar um pouco no todo quando tivermos que decidir sobre política. Quem sabe até perguntar, se fulano vier a ser eleito, isso será bom para mim ou para o país?

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