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Admissibilidade do IMPEACHMENT: o que mudou no Brasil?

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No último domingo, dia 17 de abril de 2016, o Brasil e parte do mundo direcionaram o olhar para Brasília/DF, local onde teve início uma sessão para debater o futuro do país. Sob o comando do Presidente da Câmara dos Deputados, com transmissão ao vivo pelas principais televisões abertas, tivermos a oportunidade de acompanhar a votação da admissibilidade do processo de IMPEACHMENT da Presidente da República.
Em que pese os inúmeros debates jurídicos que envolvem o tema, tem-se a certeza de que não é apenas o descumprimento da lei que está em jogo, mas, principalmente, a inobservância das regras “políticas” que envolvem o sistema atual do país.
Como boa parte dos brasileiros, ouvi atentamente o voto aberto e justificado de todos os parlamentares, tendo ficado surpreso com nível intelectual de alguns. Afinal, embora em curto espaço de tempo que havia sido destinado para cada parlamentar, fácil foi perceber que alguns sequer sabiam falar, outros não se preocuparam com a regra de tempo estabelecida, outros aproveitaram a oportunidade para gravar o discurso para a nova campanha eleitoral, outros confundiram aquele momento com o jogo de futebol do time preferido, outros utilizaram o tempo para acusar o responsável pela presidência dos trabalhos. Teve até que trouxesse o filho para delegar a intransferível tarefa de votar. Ou seja, como diria um amigo, teve “de um tudo”. No entanto, algumas palavras foram mais reproduzidas, como família, esposa, filhos, eleitores, golpe, petrolão, corrupção, futuro e mudança.
Um fato que realmente chamou a atenção de todos foi a postura do Presidente da Câmara dos Deputados que, em meio a uma tumultuada sessão, recebendo agressões diretas e pessoais, não perdeu o equilíbrio e, principalmente, a postura de quem, embora o mundo esteja pegando fogo ao seu redor, nada consegue alterar o seu propósito de concluir os trabalhos com a admissibilidade do processo do IMPEACHMENT. Talvez essa seja uma das poucas lições que podemos extrair daquela postura.
No entanto, em um domingo diferente e de movimentações por todo o país, as quais, graças a Deus foram consideradas pacificas, amanhecemos a segunda-feira com a seguinte pergunta: ADMISSIBILIDADE DO IMPEACHMENT - o que muda no Brasil?
Fiquei surpreso ao acordar e ser questionado pelo meu filho de apenas 7 (sete) anos se a Presidente Dilma ainda estava à frente do comando do país. Como nem achava que ele estava preocupado com tudo o que vem acontecendo nos últimos meses no Brasil, tive que parar um pouco para explicar o que realmente ocorreu no domingo, apontando que foi apenas o início de um processo para apuração do crime de responsabilidade.
Acredito, inclusive, que esse foi o primeiro sinal de que algo mudou. Afinal, não são apenas os adultos, vinculados a algum partido político ou que tenham interesse específico na saída ou na permanência da Presidente. Até mesmo as crianças estão atentas a tudo.
Nos próximos dias teremos a oportunidade de verificar que outras mudanças deverão ocorrer no país. Se a troca de comando, um novo desenho político, novas prisões, novos escândalos, novas escutas telefônicas, enfim, algo que demonstre que o país mudou, pois, com a admissibilidade do processo de IMPEACHMENT aprovada no domingo, de fato, pouco se alterou, pois Brasil continua sem rumo, a economia aponta para um estágio ainda pior, a segurança, a saúde e a educação, apesar de indicadas por todos como prioridade, permanecem um caos.
Que venham as mudanças...

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