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Pelo
que acompanhei pela televisão, o dia 13 de março de 2016, domingo, ficará
marcado na historia do Brasil. Milhares de brasileiros de todas as classes
sociais, cor, sexo e idades estão na rua, dando uma demonstração de que não se agüentada
mais assistir diariamente a ampliação do alcance da Operação Lava Jato, aquela
que, repita-se, caso se encerrasse hoje, certamente já teria o poder de mudar
os rumos do país.
No
entanto, em que pese todo o clamor social, confesso que tenho feito alguns
questionamentos, principalmente quando tento vislumbrar qual será o futuro do
Brasil, nos próximos 30 (trinta) dias.
Será
que teremos um novo responsável pelo comando da nação? Estamos preparados para
viver em um país sem corrupção? A cultura do jeitinho brasileiro tem prazo
certo para acabar? Será que realmente estamos prontos para MUDAR?
Em
que pese me considerar uma pessoa que busca agir e fazer o que é correto,
respeitando as pessoas, as leis, evitando beber e dirigir, transmitido para os
meus filhos que REGRAS precisam ser respeitadas, tenho certeza que, em certos
momentos, devo falhar.
Porém,
o dia a dia tem demonstrado que descumprir regras simples é algo que se tornou
comum, ou melhor, normal, no nosso país.
Acredito
que a maior prova disso são as leis de trânsito. Diariamente observo
motoqueiros sem capacete, veículos estacionados em locais proibidos, conversões
em sinais em que não se permite a sua realização, uso da faixa esquerda
independentemente da velocidade, desrespeito às rótulas, enfim, são descumprimentos
a regras básicas que se tornaram comuns e, na maioria das vezes, não tem
qualquer punição.
Não
tenho dúvidas que, na atualidade, a corrupção, tipo penal previsto na legislação
brasileira, tornou-se o mais popular instituto jurídico do país. Falar que
alguém é corrupto equivale a quase condená-lo à pena de morte.
O
Código Penal brasileiro, em seu art. 317, de modo muito direto, estabelece que:
“Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
anos, e multa.” Na sequência, o art. 333, também do Código Penal, aponta que: “Oferecer
ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12
(doze) anos, e multa.” Ou seja, os dois mais falados crimes dos últimos meses –
corrupção passiva e corrupção ativa – estão claramente definidos.
Não se tem dúvidas de que todos aqueles que vieram a cometer os
referidos crimes merecem ser processados, julgados e presos, nas hipóteses de condenação.
Entretanto, acho que poderíamos aproveitar o momento do país para, realmente,
iniciarmos a mudança.
Precisamos mudar a cultura, adquirir o hábito de agir
corretamente, cumprir as leis de trânsito, mesmo quando não tenha um agente por
perto para nos multar, respeitar as filas, aprender, mesmo não existindo um
processo para responder, a fazer uma análise dos nossos atos, corrigindo aquilo
que seja contrário a lei ou até mesmo aos princípios e bons costumes.
Talvez passar a pensar nas consequências dos nossos atos em relação
àqueles que se encontram ao nosso redor possa ser um excelente começo. Acho
inclusive que, a partir do momento em que passarmos a agir desse modo, iremos
adquirir mais autoridade para afastar os corruptos e exigir a tão sonhada
mudança de postura política dos nossos representantes.
Apesar de muitos pensarem de modo diverso, eu ainda acredito que
teremos a oportunidade de viver em um país mais justo e com menos desigualdades.
Afinal, o momento é de mudança e precisamos aproveitar a grande oportunidade. Somos
um país rico, de pessoas alegres, trabalhadoras e honestas, de imenso potencial
econômico, com empreendedores de sucesso em todas as áreas, restando apenas união
em busca de algo comum: o ideal de justiça.
É tempo de mudar...
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