http://espacopsicologico.blogspot.com.br/2011/05/educar-filhos-hoje.html
No último sábado, tive a honra de, juntamente com minha
esposa, ser padrinho de batismo do mais novo sobrinho da família, escolha que
nos atribuiu uma verdadeira responsabilidade. Para a comunidade católica, é o
momento especial de apresentação da criança à Igreja. Em uma cerimônia simples
e curta, na presença de familiares e amigos, um comentário feito pelo
celebrante me chamou a atenção, de modo que passo a utilizá-lo como base para a
indagação da semana: você já ENSINOU para o seu FILHO quem MANDA na casa?
Não tenho dúvida de que a resposta mais acertada, tomando
por base a vivência na minha casa e, certamente, na sua, seria: JÁ, porém quem
manda é MINHA ESPOSA...
Brincadeiras à parte, achei fantástica a pergunta feita pelo
celebrante e, principalmente, os comentários que se seguiram. Fiz questão
inclusive de parabenizá-lo ao término da celebração.
Na realidade, o que de fato ele trouxe em uma curta fala foi
o alerta a todos os pais de que é preciso atentar para a forma como os filhos
estão sendo “educados” nos dias de hoje. Embora tenha consciência do papel da
escola, em diversas situações está sendo esquecida a ideia de que a educação
começa em casa.
Se comparada a maneira como era o relacionamento dos nossos
avôs com nossos pais e os nossos pais conosco, já percebemos uma certa mudança.
Afinal, enquanto entre os primeiros o diálogo era curto e muitas vezes seguido
de um medo ou até mesmo da impossibilidade de transmitir opinião, os segundos
já têm uma forma de conversar diferente, existindo espaço para troca de
conselhos e até sugestões. E o que dizer do relacionamento entre os pais e os
filhos de hoje?
Quem como pai nunca se deparou com aquela situação em que está
na sala assistindo televisão e o filho chega tentando não apenas mudar o canal
como estabelecer a regra da casa?
Em uma viagem que fiz recentemente, em meio à quase 200 (duzentos)
passageiros em silêncio, um grito vindo da poltrona na minha frente chamava atenção.
Uma criança de no máximo 4 (quatro) anos assistia um vídeo no celular da mãe e,
ao receber o comando que deveria desligar para a decolagem da aeronave, o escândalo
foi grande. Interessante é que o que mais chamou a atenção era a total ausência
de força por parte da mãe de explicar ou até mesmo controlar a criança. Será que
os nosso pais faziam a mesma coisa com os nossos avôs?
Antigamente, o olhar de um pai para o filho já transmitia um
verdadeiro comando. Conversas de adultos não tinham a interferência das
crianças. Muitas vezes as crianças sequer chegaram na sala, caso os adultos lá
estivessem conversando.
Ao mesmo tempo, o relacionamento entre pais e filhos hoje
está sendo muito mais próximo. Embora tenha filhos com apenas 8 (oito) anos e 4
(quatro) anos, tenho certeza de que converso com eles coisas que não conversei com
os meus pais.
Até mesmo quando comparo a forma de pensamento deles,
percebo claramente uma grande distância entre a consciência e a inteligência
que eu possuía quando tinha as citadas idades e a forma como eles pensam e até
mesmo agem. As crianças de hoje estão muito à frente daqueles de antigamente.
Entretanto, em que pesem os avanços, a inteligência diferenciada,
as novas formas de brincar, especialmente aquelas vinculadas à tecnologia, os
novos modos de educar e até mesmo as novas maneiras de se relacionar, uma coisa
é certa: ensinar que ainda são os
PAIS que MANDAM em CASA é essencial.
As crianças precisam ter noção de que existem limites, de
que nem tudo o que querem, embora muitos pais até possam proporcionar, irão
conseguir; e que a experiência acumulada pelos pais e avôs precisa prevalecer
entre detrimento da opinião delas. Acredito, inclusive, que essa é a grande
responsabilidade de todos os pais. Ensinar desde cedo para os filhos que eles
devem obedecer REGRAS, sejam de que tipo forem. Tendo esse primeiro ensinamento
em casa, não tenho dúvida de que elas irão conseguir aplicar na vida.
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