PROPAGANDA DO BANCO DO BRASIL: Será que todos os integrantes do governo possuem ciência das suas RESPONSABILIDADES?
Ultimamente tenho
percebido que a vida corrida, as responsabilidades profissionais e os deveres
pessoais diários acabam nos afastando do contato semanal, tornando até difícil
a retomada de algo que tanto gosto, que é escrever sobre temas diversos da área
jurídica.
Talvez a grande
justificativa para isso possa ser a ausência de prioridade. Afinal, nunca mais
de 30 (trinta) minutos serão necessários para expor um pensamento, reproduzindo
em 1 (uma) página, como costumo fazer.
No entanto, como
estou cansado de adiar para o dia seguinte o aviso da agenda que indica “artigo
semanal”, é hora de restabelecer o contato.
Se começarmos a
falar sobre uma notícia da semana que chamou a atenção do imprensa,
obrigatariamente precisamos apontar a decisão do Banco do Brasil de demitir o
diretor de comunicação e marketing em decorrência de um informe publicitário
que desagradou o Presidente de República.
Confesso que ao
ouvir a notícia na rádio CBN, fiquei curioso em saber que danado de anúncio
poderia causar tamanho estrago, motivando, assim, o imediato cancelamento da
sua veiculação e a demissão de quem, de certo modo, havia efetuado a sua
aprovação.
Em apenas 30 (trinta) segundos de imagens, com
utilização de jovens de diversas cores, gêneros, vestimentas e estilos, o Banco
do Brasil transmitia para o público em geral que todos podem ser clientes, não
importando as idades, os trajes, a opção de vida ou até mesmo os costumes.
Para mim, por
exemplo, que não sou da área publicitária e já sou cliente do Banco do Brasil,
sendo potencial utilizador de novas ferramentas e produtos, o comercial está
perfeito, moderno e sintonizado com a realidade.
Entretanto, o que a
imprensa tem veiculado que aconteceu é que o Presidente da República, ao
contrário da impressão que tive, quando tomou conhecimento da peça
publicitária, manteve contato com o Presidente do Banco do Brasil, tendo
ordenado a retirada imediata do ar, impondo-se, ainda, a demissão do diretor de
comunicação e marketing da instituição, o qual teria dentro das suas
atribuições autorizar ou desautorizar a criação de peças publicitárias com o
referido conteúdo.
Se é verdade que a
motivação para a suspensão imediata do anúncio do Banco do Brasil foi essa,
confesso que começo a ficar preocupado com os rumos do nosso país. Afinal, diversos
são os problemas atuais que estamos enfrentando, acreditando-se, inclusive, que
o fato narrado acima sequer poderia ser enquadrado na categoria de “problema”.
Temos em curso uma
crise generalizada na economia, a manutenção de milhões de desempregados, a
quebradeira dos Estados e Municípios, as dificuldades na área de segurança, um
projeto de reforma da previdência em curso no Congresso Nacional, o clamor para
realização de uma reforma do sistema tributário do país, enfim, falta espaço na
lista de tantos importantes problemas.
Em contrapartida,
aquele que poderá ser considerado o homem mais importante da nação - o
Presidente da República - fica perdendo tempo e gastando energia com uma peça
publicitária de um banco estatal que, apesar da natureza jurídica e do vínculo
público, possui vida própria, números e resultados positivos, não precisando
sequer da opinião do governo sobre os seus rumos.
Apesar de já ter
começado a ouvir diversas críticas à postura do Presidente e dos seus
familiares mais próximos, os quais insistem em adotar posturas eleitorais em
período não eleitoral, talvez até não se dando conta da importância que cada um
deles possui no momento vivido pelo país, na condição de brasileiro e possuidor
de interesse de que o país tenha parte dos seus problemas resolvidos,
especialmente os mais graves e que exigem atitudes urgentes, ouso sugerir a
todos aqueles que possuem proximidade com o governo, que detalhem as
atribuições de cada autoridade pública ocupante de cargos específicos,
possibilitando que todos saibam as suas verdadeiras responsabilidades.
Com toda certeza,
se cada um cuidar da sua área, peças publicitárias não atrapalharão o avanço do
Brasil.
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