Conforme tenho apontado ultimamente,
escrever requer concentração, direcionamento e, principalmente, hábito. Embora
saiba que alguns nascem com certa facilidade, descritas por outros como “dom”,
o fato é que todos aqueles que tenham interesse em escrever, deverão buscar
exercitar a referida prática.
A partir de tais conceitos poderão
surgir outros questionamentos, dentre eles: qual o melhor momento para escrever?
Pela manhã, pela tarde ou pela noite? Em casa, no trabalho, em um café, em uma
biblioteca? Isolado de tudo e de todos? Em uma praia, em uma fazenda? Enfim,
existe algum momento especial para isso?
Como advogado, aprendi que o melhor
momento para escrever, especialmente peças processuais, é aquele anterior ao
vencimento do prazo. Ou seja, às vezes com antecedência, outras vezes em cima
da hora do encerramento do expediente forense. O mais importante é que a meta é
cumprir o prazo, sendo o momento mais adequado aquele em que os elementos
necessários à confecção da defesa ou de uma petição inicial estejam
disponíveis.
Já como professor, tenho percebido que
o ambiente acadêmico nos deixa mais leve ou porque não dizer inspirado,
nascendo algumas ideias a partir dos debates travados pelos alunos em sala de
aula.
Enquanto como estudante de mestrado,
os prazos, os elementos de pesquisa, os questionamentos surgidos nos debates
ocorridos em sala de aula, o ambiente acadêmico e, especialmente, nível das
discussões, têm servido como fatores determinantes.
Aí surge outro questionamento: e como
responsável pela alimentação semanal do blog, qual o momento ideal para
escrever?
Cultivo o hábito de acordar cedo,
geralmente às 5h20min, para uma curta corrida de rua, em média de 5 km, momento
que dedico para cuidar da saúde, praticar um verdadeiro hobby e, por incrível
que pareça, ESCREVER...
Daí você já deve está imaginando que,
além de colocar calção, camisa, tênis e relógio, a separação de um pequeno bloco
de anotações e uma caneta será indispensável. É isso?
Na verdade, durante a corrida, utilizo
apenas os equipamentos obrigatórios que qualquer corredor de rua costuma usar,
calção, camisa, tênis e relógio. Celular para marcar o percurso e o tempo? NEM
PENSAR...
O momento da corrida, pelo menos para mim,
tem sido aquele que consigo ficar totalmente isolado dos problemas
profissionais, pessoais, financeiros, acadêmicos, dentre outros, e, como
ultimamente, em decorrência da mudança de endereço, passei a correr sem a
companhia de amigos, a reflexão sobre os artigos que tenho escrito tem sido a
minha melhor companheira.
Hoje, por exemplo, durante o 1º km,
escolhi o título do presente artigo e, em seguida, passei a organizar as ideias
do que seria interessante inserir na fase introdutória. Quando já estava no 3º
km, novas reflexões a respeito da forma de desenvolver o referido artigo já
acompanhavam o meu pensamento, as quais somente foram concluídas no instante em
que o meu relógio marcava exatos 5km.
Em resumo, 30 (trinta) minutos,
repita-se que de completo isolamento dos problemas do dia a dia e em contato
direto com a natureza e os meus pensamentos, foram suficientes para redigir o
presente artigo. Posteriormente, após um excelente banho gelado e receber o bom
dia daqueles que tornam a minha vida cada vez mais especial – minha esposa,
meus filhos e meus familiares – mais 15 (quinze) minutos foram necessários
apenas para transcrever as ideias surgidas durante a corrida para o papel, na
certeza de que É POSSÍVEL ESCREVER CORRENDO, mesmo que você não tenha em seu
poder uma caneta e um papel, porém, direcione o seu pensamento para atingir o
referido objetivo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTe desejo mais e mais corridas! Excelente texto e ótima visão das oportunidades do dia a dia.
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